Bolsonaro teve medo de peitar Marçal, e Malafaia decidiu atacar os dois

Madeleine Lacsko

Madeleine Lacsko

A disputa entre Silas Malafaia, Pablo Marçal e Jair Bolsonaro é muito mais do que um simples confronto de personalidades, é uma manobra estratégica de poder. No mesmo culto em que assumiu a “missão dada pelo Espírito Santo” de derrubar Marçal, Malafaia expôs uma realidade política que muitos ignoram: ele sabe que o cenário mudou e que tanto Bolsonaro quanto Lula já não são os reis indiscutíveis do jogo político.

Malafaia, há muito calejado na política, percebeu que os líderes populistas não têm mais o mesmo impacto que antes. Eles não garantem automaticamente vitórias para seus apoiados mas, ao mesmo tempo, os candidatos não podem se dar ao luxo de falar mal deles. Em São Paulo, Bolsonaro ficou em cima do muro, com “um pé em cada canoa”, enquanto Lula ficou praticamente ausente da campanha de Boulos, mas o efeito foi o mesmo: os candidatos caminharam sozinhos.

Bolsonaro hesitou em apoiar Marçal abertamente, temendo perder apoio de sua base fiel. O presidente preferiu manter distância em várias disputas, como em Curitiba, onde Cristina Graeml concorria e ele não quis tomar partido claro para não prejudicar alianças com outros grupos políticos. Malafaia, experiente em detectar fraquezas, viu essa hesitação como um sinal claro de que Bolsonaro não está disposto a sacrificar nada pelo seu apoio incondicional.

O que ficou evidente para Malafaia é que o verdadeiro peso político dos líderes populistas, como Lula e Bolsonaro, mudou. Seus nomes continuam importantes, mas sua influência direta nas urnas está em declínio. Basta aos candidatos de direita não criticar abertamente Bolsonaro, e o mesmo vale para os de esquerda em relação a Lula. Ninguém quer brigar com eles, mas também não precisam desesperadamente de seu endosso público.

Ao perceber essa mudança, Malafaia se reposiciona de forma contundente, tentando reivindicar um espaço de poder que, segundo ele, é seu por direito. Ele entende que, para muitos, a simples ausência de crítica já basta, e que a era em que o apoio explícito de Bolsonaro ou Lula era essencial pode estar acabando.

Seu ataque calculado a Marçal e sua crítica a Bolsonaro revelam um movimento estratégico para reafirmar sua relevância no cenário político. Malafaia tenta deixar claro que, mesmo em um campo onde todos hesitam, ele está disposto a fazer o jogo pesado.

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