O ex-Ministro Maílson da Nóbrega afirma em coluna na Revista Veja que o dólar está longe de perder sua hegemonia. Desde o século XIX, o domínio de uma moeda nas transações internacionais é detido por uma potência econômica, cujas vantagens são, entre outras, instituições fortes, mercados financeiros profundos e estabilidade das regras do jogo. Daí derivam as qualidades para que sua moeda se torne padrão em negócios financeiros e comerciais, a saber, credibilidade e liquidez, o que assegura a fácil repatriação de recursos, a baixos custos.
Transações em moeda local com países do Brics seriam desvantajosas para o Brasil. Provavelmente, não haveria compensações quadrimestrais em dólares, como no CCR. A Rússia não poderia nesses termos, pois há sanções que a impedem de transacionar na moeda americana. Vejamos o caso do Irã, um dos seus membros, cuja balança comercial nos é favorável. Hoje, o exportador recebe em dólar, mas passaria a ter que aceitar o rial, que não é uma moeda conversível. Preferiria, por isso, não fazer negócios com o Irã, o que reduziria as exportações e o crescimento da economia. Haveria outras situações semelhantes. Lula precisa reconhecer e entender essa realidade.
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2 dias ago