A recente eleição para o Parlamento Europeu, realizada no último final de semana, trouxe resultados que merecem atenção. A centro-direita conquistou 186 assentos das 720 cadeiras disponíveis, enquanto o grupo social-democrata ficou com 133 cadeiras e os liberais garantiram 82 assentos. A extrema-direita também surpreendeu: o grupo de Giorgia Meloni conquistou 60 cadeiras, e o grupo de Marine Le Pen deve chegar a 70 assentos, 8 a mais do que tinha anteriormente.
Essa configuração política no Parlamento Europeu reflete um fenômeno interessante. A centro-direita, os liberais e os sociais-democratas, juntos, formam uma maioria que não depende dos extremos. No entanto, a presença significativa da extrema-direita levanta questões sobre o futuro do parlamento e as possíveis influências nas políticas europeias.
As pessoas na Europa estão ansiosas por respostas a problemas reais que as afligem. A questão da economia, com salários encolhendo em lugares como a Alemanha, e a reforma da previdência na França, que gerou insatisfação generalizada, são exemplos disso. Além disso, as guerras, como a da Ucrânia, afetam a matriz energética da Europa e a dinâmica econômica, aumentando a reticência da população. A guerra em Israel e a ameaça do terrorismo também são fontes de preocupação.
A imigração é outro fator crítico. Ela traz mão de obra mais barata em um momento em que os europeus querem ganhar mais, gerando inevitavelmente confronto. As guerras na África e no Oriente Médio, juntamente com o terrorismo, forçam muitas pessoas a buscar asilo na Europa, aumentando a pressão sobre o continente. Aqueles que buscam asilo político, vítimas de terrorismo ou que estão em busca de uma vida melhor, todos se somam à complexidade da situação.
A esquerda europeia, que antes apresentava soluções concretas para a vida dos cidadãos, hoje parece perdida em batalhas imaginárias. Foco em controle de linguagem, patrulhamento de redes sociais e instrumentalização do vocabulário substituíram ações concretas. Antigamente, a esquerda era contra a publicidade por considerá-la manipuladora. Hoje, reivindica o direito de controlar o casting das propagandas, mostrando como se transformou em um movimento que entrega resultados imaginários.
A grande questão na Europa agora é: essa coalizão de centro-direita, liberais e sociais-democratas conseguirá conter os extremos, ou os extremos vão conquistar corações e mentes, mesmo na Europa, que não é tão polarizada quanto os Estados Unidos e o Brasil? É uma questão para observarmos atentamente.