Lula não desmente fake news de Maduro

Madeleine Lacsko

Madeleine Lacsko

O episódio envolvendo Nicolás Maduro deixa claro que a luta do governo Lula contra a desinformação não passa de um pretexto. O que o governo quer, na verdade, é calar quem não se submete à cartilha da esquerda. E a prova está aí: enquanto memes são investigados pela Polícia Federal, uma declaração internacionalmente absurda do ditador venezuelano foi recebida com silêncio pela diplomacia brasileira.

Maduro, que há anos governa a Venezuela por meio de repressão, prisões políticas e desaparecimentos forçados, soltou uma declaração bizarra: afirmou que o exército brasileiro seria seu aliado em um ataque a Porto Rico. A reação do governo brasileiro? Nenhuma. Nem uma nota para desmentir, nenhum comentário que afastasse o Brasil dessa declaração surreal.

“Mas é tão absurdo que nem precisa desmentir”, dizem alguns. Discordo. Se o governo se dá ao trabalho de investigar memes criados com inteligência artificial, vídeos humorísticos e piadas de grupos de WhatsApp, por que ignorar uma declaração feita por um chefe de Estado? Essa omissão diz muito mais do que qualquer comunicado oficial. Quem cala consente.

Não é como se o Brasil fosse um mero espectador no cenário internacional. Fomos um dos poucos países a enviar representantes à posse recente de Maduro, consolidando o apoio a uma eleição amplamente considerada fraudulenta. Esse gesto, aliado ao silêncio diplomático diante da fala sobre o ataque a Porto Rico, transmite ao mundo a mensagem de que o Brasil está alinhado às ações do ditador venezuelano.

O que temos aqui é uma contradição gritante. Enquanto o governo Lula alega liderar uma aliança internacional contra a desinformação, ignora desinformações graves e internacionais como a de Maduro. Esse comportamento expõe uma estratégia antiga: usar o discurso contra fake news como uma desculpa para controlar o que se diz internamente, sufocando qualquer voz que não se alinhe ao PT.

Isso não é novidade. Desde que o partido chegou ao poder, a desinformação foi usada como ferramenta política. Assassinatos de reputação, narrativas distorcidas e rotulações estão no manual de operação. Quem não elogia Janja e quem não celebra Lula é automaticamente rotulado como extremista, bolsonarista, ou qualquer outro termo conveniente para deslegitimar o adversário.

Enquanto isso, a narrativa de que o governo luta contra a desinformação desmorona quando se observa sua seletividade. É prioritário investigar um meme de quinta série, mas não desmentir uma declaração que implica o Brasil em uma guerra internacional. Isso demonstra que a preocupação não é com a verdade, mas com o controle do discurso.

No final, fica claro que a estratégia do governo não está funcionando. Cada vez que tenta calar vozes críticas internamente mas se ajoelha diante de ditadores lá fora, o governo Lula perde ainda mais legitimidade. E o brasileiro já percebeu: não há como liderar uma luta pela verdade enquanto se ignora as mentiras que realmente importam.

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