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Madeleine Lacsko

Sobre Madeleine Lacsko

Jornalista há 26 anos, especializada em Cidadania Digital, colunista do UOL e está à frente do projeto Cidadania Digital na Gazeta do Povo. Atuou como Consultora Internacional do Unicef Angola na campanha que erradicou a pólio no país, diretora de comunicação da Change.org para a América Latina, assessora no Supremo Tribunal Federal e do presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alesp. Trabalhou na Jovem Pan e Antagonista.

Eu tenho medo de dizer minha opinião sobre a proibição do X no Brasil

Eu tenho medo de dizer a minha opinião sobre a proibição do X no Brasil. Sabem por quê? Atrai uma má sorte danada. Vocês não imaginam o azar que dá falar disso. E eu sou muito supersticiosa.

Mas não é só por causa de superstição infundada não. Eu resolvi desafiar as forças do universo e já provei dessa onda de más energias que inundam a vida da gente. Resolvi contar esse causo.

Volto a 25 de agosto de 2022. Na época, eu apresentava um programa com o diretor de jornalismo de O Antagonista, Felipe Moura Brasil. Um dos cortes na internet tinha o título “Transformar Alexandre de Moraes em Batman não salvará a democracia”. No mesmo dia resolvi escrever uma coluna com esse título.

Tsunami de azar

Ali se formou a onda de má sorte que se converteu em um verdadeiro tsunami de azar. Dias depois, o ministro responsável pelos inquéritos secretos das fake news decidiu tornar públicas algumas das informações. Não era nada sobre mim.

Mas, ali no meio, havia um trecho do inquérito. Nesse trecho estava o meu nome. Eu era acusada de fazer parte do Gabinete do Ódio. Estranhei. Acionei meus advogados, André Fróes e Bruno Andrade de Souza. Trabalharam duro e tiveram muita paciência comigo. No final das contas, eu não estava no inquérito porque a tal denúncia foi considerada inepta pela Polícia Federal. O denunciante acusava vários famosos, até gente do Judiciário. Parecia ter dito todo nome conhecido que vinha à cabeça.

Parecia resolvido, mas a maré de azar continuou. Resolveram me cancelar mentindo que eu era investigada. Pior, inventaram toda uma história sobre a minha vida, que é pública há 28 anos. Eram acusações insustentáveis, mas pouco importa para o Supremo Tribunal da Internet. A coisa se arrastou, virou outros processos judiciais, tive bloqueio de contas bancárias, só resolvi este ano. Uma confusão enorme e comprida por uma mera opinião de alguém que não manda em nada nesse país, não tem família poderosa nem vocação para patriota EAD. É muito azar, daquelas coisas de filme.

STF

E, vocês sabem, eu trabalhei no STF. Tenho muito orgulho do trabalho que fiz, ganhei ali alguns dos principais prêmios da minha vida profissional. Meu trabalho foi premiado em Nova Iorque pelo UNICEF como o melhor do mundo. A equipe que eu liderava, com dezenas de pessoas, ganhou 14 prêmios nacionais na área de comunicação.

É uma honra para uma cidadã ter a oportunidade de servir a Suprema Corte de seu país. Ali aprendi muito sobre como funciona por dentro a máquina do poder, um diferencial determinante para a minha profissão e minha visão de mundo. Conheci pessoas muito competentes, sérias, dedicadas e comprometidas com o serviço público e os cidadãos. Sobretudo, no STF fiz amigos fiéis de quem gosto demais e vou carregar por toda a vida. Confio no Poder Judiciário.

Dito isso, deixo em aberto um questionamento: quem é o representante do Xvideos no Brasil?

Venezuela de Maduro vira um vexame internacional para Lula

A atuação do presidente Lula na questão venezuelana fragilizou sua imagem internacionalmente. Ficou evidente que Lula não exerce a influência sobre Nicolás Maduro que muitos acreditavam. A ideia de que o Brasil, como o maior país da América Latina e tradicionalmente um líder regional, poderia mediar a crise na Venezuela foi desafiada pela realidade.

Desde o início, a relação entre Lula e Maduro foi marcada por controvérsias. A primeira eleição de Maduro, ocorrida após a morte de Hugo Chávez, já foi contestada internacionalmente. O próprio Lula gravou vídeos de apoio a Maduro na época, e publicitários que trabalharam nas campanhas do PT participaram diretamente da campanha venezuelana a pedido do presidente brasileiro. Essa eleição, assim como as subsequentes, foi cercada de acusações de fraude, mas Lula e seu governo continuaram a apoiar Maduro, mesmo com as crescentes evidências de que a democracia na Venezuela estava sendo corroída.

Hoje, a situação é ainda mais crítica. Maduro se mantém no poder à força, sem qualquer preocupação com sua reputação internacional. Suas declarações recentes, citando teorias conspiratórias e alegando que o empresário Elon Musk teria invadido as urnas eletrônicas, mostram que ele está mais preocupado em manter o controle pela repressão do que em preservar qualquer aparência de legitimidade.

A falta de influência de Lula sobre Maduro é um problema sério para a diplomacia brasileira. Enquanto Lula se apresenta como um grande líder regional e um possível mediador de conflitos globais, como na Ucrânia e Gaza, sua incapacidade de exercer qualquer influência real sobre Maduro expõe as limitações de sua liderança. O Brasil, que Lula prometeu “trazer de volta” ao cenário internacional, está se mostrando incapaz de resolver até mesmo as questões em seu “quintal”.

Essa situação é um vexame para o governo Lula, que agora tenta desesperadamente encontrar uma solução para a Venezuela, não por uma preocupação genuína com a democracia ou com o povo venezuelano, mas para salvar as aparências. A realidade é que a influência que o Brasil acreditava ter sobre Maduro nunca existiu, e a ausência dessa força está ficando cada vez mais evidente, prejudicando a imagem internacional de Lula e do Brasil.

Depois de esperar atas eleitorais que jamais chegarão, Lula assistiu outros países reconhecendo a derrota de Maduro e tentando uma mediação para a transferência do poder. Resolveu dar outra cartada, a ideia estapafúrdia de novas eleições. Acabou com duas piadas no colo. A primeira é se Lula pretende que a Venezuela faça novas eleições até ele e Maduro gostarem do resultado. A segunda é que ele, vencedor por menos de 1% nas urnas, deveria seguir o próprio conselho e fazer um tira-teima. Poderia ter dormido sem essa.

As lições de Bangladesh para a Venezuela e o Brasil

O poder não dura para sempre. Este é um dos ensinamentos mais claros que emergem da recente crise em Bangladesh, onde uma primeira-ministra de quatro mandatos, que já havia sido presa por corrupção, cai diante de uma onda de protestos massivos em que sua polícia assassinou mais de 200 estudantes. Isso traz lições tanto para a Venezuela quanto para o Brasil.

Em Bangladesh, a polarização política é intensa e intervenções militares são frequentes. A atual primeira-ministra, Sheikh Hasina, é filha do pai fundador da pátria, Sheikh Mujibur Rahman. Ele foi o primeiro presidente do país, apeado do poder pelo assassinato. Também foi o líder da guerrilha socialista que conseguiu a independência do Paquistão, numa guerra sangrenta.

Depois de um primeiro mandato conturbado, no final do século XX, Sheikh Hasina estabeleceu uma polarização com outra ex-primeira-ministra, Khaleda Zia. A violência escalou ao ponto de uma intervenção militar e uma campanha anti-corrupção dos militares que assumiram o poder. As duas acabaram presas.

Depois, as duas foram soltas para concorrer às eleições. Sheikh Hasina ganhou com folga e permaneceu durante 15 anos no poder. A situação foi se deteriorando até a gota d’água em junho. O país tinha uma cota de 30% do funcionalismo público para descendentes de quem lutou pela independência. Isso caiu em 2018 e agora a ex-primeira ministra pretendia reinstituir.

Estudantes de algumas universidades começaram a protestar, o movimento ganhou as ruas e a repressão foi violentíssima, com 200 assassinatos, além de sequestro e tortura de líderes do movimento. Nessa altura, nossa primeira-dama, Janja da Silva, recebeu a embaixadora do país, posou para fotos e usou até um figurino presenteado por ela na reunião internacional da Aliança de Combate à Fome.

A situação de Bangladesh se tornou insustentável. As próprias Forças Armadas concluíram que não valia a pena sustentar o regime com um país conflagrado, era uma situação sem saída. Foi providenciada a fuga da primeira-ministra para a Índia e sua saída do poder.

Para a Venezuela, a lição é clara: o poder de Nicolás Maduro, sustentado por eleições questionáveis e uma repressão violenta, é igualmente frágil. A recente crise eleitoral na Venezuela, com denúncias de fraude e repressão, evidencia a falta de legitimidade do governo Maduro. Em 2017, o país viu uma onda de protestos bastante ativa e com repressão brutal. Naquela época, a população ainda tinha alguma esperança de que mudanças no sistema eleitoral pudessem resolver a crise, mostrando à comunidade internacional as fraudes de Maduro nas eleições. Hoje, essa esperança foi perdida.

A oposição venezuelana conseguiu mostrar ao mundo as irregularidades do processo eleitoral, outros países reconheceram a fraude, mas Maduro segue no poder. As manifestações atuais são diferentes das de 2017, pois agora a população não espera mais que pequenas reformas eleitorais tragam mudanças. As pessoas estão nas ruas não para tentar derrubar um ditador que não possui a mesma liderança militar que Hugo Chávez tinha. A população está desesperançada e ciente de que a situação só mudará com uma pressão imensa e contínua.

Maduro também corre o risco de se tornar um problema para as Forças Armadas. Se o país continuar conflagrado, a solução dos militares pode ser semelhante à de Bangladesh. A oposição também não tem sobre os militares a mesma ascendência de Hugo Chávez, dependeria deles para se manter no poder.

Para o Brasil, a situação serve como um alerta. O governo de Lula, ao se alinhar com regimes autocráticos e figuras controversas, arrisca comprometer sua própria legitimidade e a posição do Brasil no cenário internacional. Lula é próximo de Maduro. Janja posava alegremente com a embaixadora de Bangladesh enquanto a primeira-ministra massacrava manifestantes em seu país.

Talvez seja inabilidade diplomática. Ou talvez o governo Lula esteja mesmo se alinhando ao pólo das grandes ditaduras internacionais.

Alckmin ladeado por terroristas e Lula dizendo que “eleição” do Maduro é normal

A recente visita de Geraldo Alckmin, vice-presidente do Brasil, ao Irã trouxe à tona questões delicadas e preocupantes sobre a postura do governo brasileiro em relação a líderes terroristas e teocracias. Alckmin foi fotografado e filmado ao lado de líderes de grupos terroristas como Hamas, Hezbollah, Houthis e Jihad Islâmica. Este evento, por si só, já fala bastante sobre as alianças e as companhias que o governo brasileiro está disposto a manter.

A situação se agrava com a declaração do presidente Lula, afirmando que as eleições na Venezuela, conduzidas por Nicolás Maduro, foram “normais”. Esta afirmação contrasta fortemente com a observação de organismos internacionais, como o Carter Center, que caracterizou o processo eleitoral na Venezuela como não democrático e profundamente problemático. A Organização dos Estados Americanos (OEA) também criticou duramente o processo, destacando a falta de transparência e a violência associada às eleições.

A foto de Alckmin em Teerã, ladeado exclusivamente por terroristas, não deixa dúvidas sobre a postura do governo brasileiro em relação aos direitos humanos e ao terrorismo. Não se trata de uma foto com uma mistura de líderes internacionais respeitáveis e alguns elementos controversos, talvez num plano mais aberto fosse assim. Ocorre que Alckmin ficou num ângulo em que foi fotografado apenas entre figuras de grupos conhecidos por suas atividades terroristas. Esta escolha de companhia envia uma mensagem clara sobre onde o Brasil se posiciona no cenário internacional.

Além disso, a declaração de Lula sobre as eleições venezuelanas normaliza um processo que foi amplamente condenado por sua falta de legitimidade. Observadores internacionais relataram prisões arbitrárias, desaparecimentos forçados e assassinatos de fiscais eleitorais. Mesmo diante dessas evidências, o governo brasileiro continua a pedir a validação das cédulas eleitorais de um regime que não permite nenhuma forma de escrutínio independente.

José Dirceu, um importante membro histórico da esquerda brasileira, fez uma comparação perturbadora entre a eleição de Maduro e a de Lula, sugerindo que as contestações à legitimidade eleitoral em ambos os casos são equivalentes. Isso implica uma admissão de que as eleições na Venezuela, mesmo com todas as irregularidades e fraudes, são vistas sob o mesmo prisma que as eleições no Brasil, um ponto de vista que deslegitima o próprio processo democrático brasileiro.

Os candidatos do PT pagarão este ano nas urnas o preço dessas declarações. A questão não é apenas uma divergência de opinião, mas um desafio direto à democracia e aos valores democráticos que o Brasil, teoricamente, defende. O alinhamento com ditaduras e regimes opressivos como o de Maduro, assim como a proximidade com grupos terroristas, coloca em risco a credibilidade e a posição do Brasil no cenário internacional.

A resposta do governo brasileiro às críticas internacionais e a sua insistência em validar eleições fraudulentas terão repercussões duradouras. Se a administração de Lula continuar nesse caminho, o Brasil poderá enfrentar sanções econômicas e políticas, além de uma crescente desconfiança internacional. A sociedade brasileira, independentemente de sua posição política, precisa reconhecer a gravidade dessas ações e unir-se para exigir uma postura mais firme e democrática do governo.

As eleições municipais em outubro serão um termômetro crucial para medir a reação popular a essas políticas. A maneira como os eleitores responderem será decisiva para determinar se Lula pode continuar a avançar com suas agendas controversas ou se precisará recalibrar suas alianças e declarações. A credibilidade do Brasil como uma democracia está em jogo, e a resposta a esses desafios será fundamental para o futuro do país.

Lula e a “reeleição” de Maduro na Venezuela

A questão com Maduro representa o maior desafio diplomático que o governo Lula já enfrentou. A resposta de Lula à eleição de Maduro talvez não signifique muito para a Venezuela, onde a situação é complicada, mas é de extrema importância para o Brasil. A maneira como o governo Lula se posicionará indicará o que ele considera ser uma democracia.

É claro que muitos dirão que já sabiam, que Lula sempre demonstrou suas intenções. Mas a situação agora é diferente. Classificar situações diferentes como iguais é um erro, e precisamos evitar sermos dominados por políticos que se aproveitam dessa confusão. No momento, a questão é: o que o governo Lula fará?

Lula conseguiu enviar um emissário para observar as eleições na Venezuela, algo que outros líderes, como Boric, Milei e Lacalle Pou, não fizeram. Lula declarou que se esforçaria para que o processo fosse democrático. No entanto, se seu enviado disser que as eleições não foram democráticas, isso representará uma derrota gigantesca para Lula, colocando-o em uma sinuca de bico.

Até agora, o comunicado do Itamaraty afirmou que o processo foi pacífico, o que contradiz os relatos de prisões, desaparecimentos e mortes. Lula ainda está indeciso sobre qual caminho tomar. Se optar por apoiar Maduro, ele pode se alinhar às grandes ditaduras, mas isso terá um preço alto para o Brasil, incluindo consequências econômicas e políticas.

Os países ditatoriais enfrentam bloqueios e boicotes internacionais que afetam profundamente suas populações. Caso o Brasil se alinhe a essas ditaduras, a população brasileira também sofrerá as consequências, incluindo aqueles que fazem oposição ao governo.

Portanto, a declaração de Lula sobre a Venezuela é crucial para nós. Se ele aceitar a fraude eleitoral na Venezuela, isso indicará os movimentos futuros do Brasil. Não importará se você gosta ou não de Lula; todos nós estaremos nesse barco. A questão agora é: o povo brasileiro tem maturidade para pressionar o governo a não reconhecer como democrática uma eleição fraudada ou preferirá ver o circo pegar fogo apenas para dizer “eu avisei”?

Sem Biden, democratas conseguirão derrotar Trump?

O Partido Democrata dos Estados Unidos enfrenta um de seus maiores desafios históricos com a saída de Joe Biden da corrida presidencial. Era inevitável, considerando as crescentes preocupações sobre a saúde mental do presidente, algo amplamente discutido até mesmo entre democratas e antigos membros de sua campanha.

Nos EUA, a saúde de quem ocupa cargos públicos é uma questão séria, diferentemente do Brasil, onde figuras doentes já foram eleitas sem grande polêmica. Biden demonstrou publicamente sinais de desgaste, gerando questionamentos contínuos sobre sua capacidade de governar por mais quatro anos. Sua decisão de não concorrer novamente preserva seu legado e contrasta com a postura comum de políticos populistas, que se veem como os únicos representantes legítimos do povo.

A carta de Biden, anunciando sua retirada, é um exemplo de política madura e responsável, colocando o partido acima de suas ambições pessoais. A provável candidata democrata agora é Kamala Harris, embora a decisão final dependa da convenção nacional do partido, que reúne cerca de quatro mil delegados. Nomes influentes, como Nancy Pelosi, já endossaram Harris, indicando uma forte tendência a seu favor, apesar de seu desempenho modesto nas primárias anteriores.

A situação coloca os democratas em um dilema. Trocar Biden por outro candidato pode ser visto como fraqueza, enquanto mantê-lo seria arriscado devido às suas questões de saúde. A principal questão é: os democratas conseguirão encontrar alguém capaz de derrotar Donald Trump?

Vale lembrar que, no sistema eleitoral dos EUA, a vitória depende dos votos por estado, e não do total nacional. Trump venceu Hillary Clinton em 2016, apesar de ter menos votos totais, devido à sua vantagem em estados conservadores. A tendência é que essa dinâmica se repita, com Trump levando a melhor nos estados menores e mais conservadores.

Kamala Harris representa um progressismo elitista que podeser problemático com os eleitores norte-americanos, diferentemente de Biden, que não está nessa ala ideológica. Esta eleição será um teste significativo para os democratas.

O mais importante, no entanto, é que transcorra com serenidade. É preciso que a democracia dos EUA se mostre forte apesar da polarização. O resultado terá implicações globais, especialmente considerando a ascensão de potências como China, Irã e Rússia. A democracia mundial observará atentamente, ciente de que qualquer retrocesso nos Estados Unidos pode ter consequências internacionais profundas.

O que esperar de Trump após o atentado?

O recente atentado contra Donald Trump pode mudar radicalmente o cenário político dos Estados Unidos. Trump, sempre hábil em dominar a mídia desde os anos setenta, agora tem a seu favor uma imagem que transcende o grotesco e o agressivo, passando para o patamar de herói improvável.

As imagens de Trump ensanguentado, recebendo um tiro e sendo protegido pelo serviço secreto, culminando no momento em que ele se levanta e ergue o punho, são poderosas e definidoras. Esse episódio fortalece sua imagem de resiliência e força, características muito valorizadas pelos norte-americanos.

O contraste entre Trump e Joe Biden não poderia ser mais marcante. Enquanto Biden luta para demonstrar sua saúde mental, frequentemente aparecendo de maneira que gera desconforto até entre seus apoiadores, Trump surge como a figura de resistência e capacidade de superação.

O Partido Democrata enfrenta agora um dilema: manter Biden, que parece cada vez mais frágil, ou substituí-lo por outro candidato que não tenha a mesma força política. Ambos os cenários apresentam riscos significativos para os democratas, que já estavam em uma posição delicada antes do atentado.

A reação da imprensa ao atentado também tem um papel crucial. Notícias falsas, como a de que Trump teria caído do palanque, apenas reforçam sua posição como herói. Para os norte-americanos, a capacidade de superar obstáculos e demonstrar força em momentos de crise é um valor fundamental, semelhante ao apreço que os brasileiros têm por figuras malandras e espertas.

Historicamente, presidentes dos Estados Unidos que sobreviveram a atentados ganharam um aumento significativo de apoio e prestígio, como foi o caso de Ronald Reagan. Para os eleitores americanos, a resiliência e a capacidade de superação são valores intrínsecos ao ideal de liderança.

O atentado contra Trump pode ser decisivo para as próximas eleições. Ele emerge desse episódio não apenas como uma figura política mais forte, mas também como um símbolo de resistência e heroísmo, o que pode consolidar ainda mais sua base de apoio e influenciar o cenário político dos Estados Unidos e, consequentemente, do mundo.

Qual é, afinal, o lado de Lula na invasão da Ucrânia?

Falta clareza no posicionamento internacional do presidente Lula, e o país merece essa clareza. Lula frequentemente afirma que seu único lado na guerra da Ucrânia é a paz, mas suas ações e discursos indicam outra coisa. Ele repete os mesmos argumentos dos aliados de Vladimir Putin, sem nunca responsabilizar diretamente o líder russo pelas atrocidades cometidas, principalmente contra civis.

Lula evita se posicionar contra Putin, nunca chama a invasão de invasão, e trata a guerra como se houvesse dois lados igualmente válidos, ignorando que um lado está invadindo um território sem justificativa. A tradição diplomática do Brasil sempre foi de neutralidade, sendo reconhecido como um país que pode comandar forças de paz. Agora, Lula parece desviar dessa trajetória, sem admitir claramente suas intenções.

O Brasil historicamente não se posiciona de um lado ou de outro em conflitos internacionais, mantendo uma postura de neutralidade. No entanto, Lula não está sendo transparente se pretende mudar essa postura.

No caso da Ucrânia, Lula se posiciona de forma semelhante aos aliados de Putin, ignorando sanções do Tribunal Penal Internacional contra o líder russo. Putin foi condenado por genocídio na Ucrânia por subtrair crianças ucranianas de suas famílias para serem criadas por famílias russas – uma forma de genocídio reconhecida internacionalmente. Lula, no entanto, fala sobre apoiar queixas de genocídio contra Israel, mas nunca chama Putin de genocida.

A postura do governo Lula precisa ser mais clara em relação aos planos internacionais para o Brasil. Lula está se aliando a ditaduras como a Rússia, China e Irã, ao mesmo tempo em que faz um discurso progressista internamente. Essa incongruência precisa ser resolvida. O que será feito? O que é dito no discurso é para acalmar progressistas, ou estamos realmente nos alinhando a blocos geopolíticos que não prezam pelos direitos humanos?

O presidente Lula precisa ser claro sobre isso, pois sua ambiguidade está se arrastando tanto que parece proposital. O Brasil merece saber qual é o verdadeiro posicionamento de seu líder na arena internacional.

Congresso avança legalização dos jogos sem enfrentar polêmicas

A legalização dos jogos tem avançado no Congresso sem muita discussão, encoberta inclusive por polêmicas incendiárias como a do aborto. Tende a ser aprovada, principalmente porque há muitos interesses envolvidos. Investidores já se posicionaram, aguardando o combo deste projeto com o outro, que erroneamente foi chamado de privatização das praias.

Os políticos frequentemente apelam para discursos que tocam o coração do eleitor, refletindo suas crenças pessoais, sem necessariamente se preocupar com a realidade dos fatos. A questão dos jogos envolve, por um lado, a liberdade das pessoas de escolherem e, por outro, o potencial destrutivo para famílias e a sociedade. Mas a discussão deveria ir além.

Há quem defenda que a legalização dos cassinos poderia atrair mais turismo e gerar mais dinheiro para o país. No entanto, não há estudos concretos que comprovem essa afirmação. A simples existência de cassinos não garante aumento do turismo, especialmente considerando a distância do Brasil para mercados como Europa e América do Norte, além da barreira da língua e da criminalidade que afasta turistas.

Por outro lado, a legalização poderia facilitar a lavagem de dinheiro do crime organizado, o que poderia piorar a situação da segurança pública e, consequentemente, reduzir ainda mais o turismo. Este é um ponto crítico que não tem sido adequadamente discutido, pois faltam estudos sólidos sobre o impacto da legalização dos jogos no combate à criminalidade.

Outro ponto que precisa ser abordado é a questão dos jogos online. O projeto de legalização dos jogos começou a tramitar em 1991, quando isso nem era uma questão. Com a internet, o jogo não está mais restrito a cassinos físicos. Grandes casas de apostas podem ser acessadas de qualquer lugar do mundo, e proibições locais podem ser facilmente contornadas com o uso de VPNs. Muitos países têm regulamentado essa área, mas o projeto de legalização no Brasil parece ignorar completamente essa realidade.

A legalização dos jogos é uma questão importante que tem sido tratada de forma superficial e moralista desde 1946. A proibição foi puramente por questão moral. Precisamos de um debate sério, fundamentado em dados e estudos, para entender os reais impactos econômicos e sociais dessa decisão. Infelizmente, parece que a prioridade continua sendo a retórica política para agradar eleitores, em vez de enfrentar os fatos e planejar um futuro melhor para o país.

Será que o PT realmente defende terroristas?

A recente controvérsia envolvendo um deputado do PT e um terrorista do Hamas que tentou entrar no Brasil levanta questões cruciais sobre o posicionamento do partido em relação ao terrorismo e ao antissemitismo. É essencial que o PT e o presidente Lula sejam claros em suas intenções e posicionamentos.

A posição pró-Palestina do PT é clara, mas vem acompanhada de um apoio a regimes e práticas que contrariam valores democráticos e direitos humanos básicos. O PT tem se mostrado permissivo com o antissemitismo, com falas do presidente que chegam a ser ultrajantes. Ao mesmo tempo, o partido se coloca contra a única democracia do Oriente Médio, Israel, e se alinha com teocracias e políticas homofóbicas e misóginas.

Este caso do final de semana expõe ainda mais essa problemática. Um terrorista do Hamas, um dos seis porta-vozes em inglês do grupo, tentou entrar no Brasil com a intenção de fixar residência. A Polícia Federal, apesar de ser um órgão de Estado sob o governo Lula, agiu prontamente para impedir sua entrada, acionando o Ministério Público e a Justiça para repatriar o terrorista e sua família para Kuala Lumpur, na Malásia.

No entanto, o deputado petista João Daniel fez um ofício pedindo para que o terrorista ficasse no Brasil e nenhuma retificação depois que a repatriação por terrorismo foi executada.É alarmante. Esse incidente mostra um apoio explícito a um indivíduo ligado a um grupo terrorista reconhecido mundialmente. A postura antissemita e a proximidade com o Irã, que financia grupos terroristas como o Hezbollah e o Hamas, são extremamente preocupantes.

A vereadora Cris Monteiro, de São Paulo, fez um alerta sobre o uso das instalações da Câmara para oficializar o Núcleo Palestina do PT.

Ela interpreta que, na prática, pró-Palestina é o eufemismo usado para descrever apoio ao antissemitismo. Esse movimento precisa ser claramente entendido e discutido pela sociedade brasileira.

O Brasil está cada vez mais próximo do Irã, que foi convidado para os BRICS. Nosso governo se absteve em uma votação importante na ONU para estender uma investigação de violações de direitos humanos pelo regime dos Aiatolás. O voto do Brasil foi decisivo e interrompeu o que estava sendo feito. Essa proximidade e as ações recentes levantam a questão: será que o Brasil pretende facilitar o terrorismo em seu próprio território?

É crucial que o PT e o presidente Lula se posicionem de forma clara e transparente sobre essas questões, deixando evidente se pretendem ou não apoiar o terrorismo em qualquer forma. A população brasileira merece saber a verdade e entender as reais intenções de seus líderes políticos.