Arquivo da tag: Perseguição Política

Isentões agora são maioria: mais um dia difícil na vida dos inimigos

Mais um dia difícil na vida de quem apostou no caminho da perseguição política para defender sujeira. Gente que, por conveniência, fingiu não ver alianças espúrias, corrupção e abuso de poder, agora se encontra diante de uma verdade incômoda: a maioria do povo brasileiro rejeita esse tipo de conduta. Os chamados “isentões” tornaram-se maioria, segundo pesquisa da Genial/Quaest, e isso está deixando muita gente desnorteada.

Sempre se disse que é possível enganar algumas pessoas por um tempo, mas não todas as pessoas para sempre. E eis que chegamos a esse momento. Os que trocaram seus princípios por uma ilusão de maioria, os que silenciaram diante da dissolução da Lava Jato, os que jamais se opuseram à perseguição de quem discordava da cartilha dominante, agora percebem que sua aposta foi errada. Rifaram o caráter para tentar formar uma maioria que nunca existiu.

O que são os isentões? São os que se recusam a ser cadelinhas de político, os que rejeitam culto a personalidades, os que não aceitam a imposição de uma lealdade cega a figuras específicas. Como tudo isso é odiado por cadelinhas de políticos, isentões são bombardeados diariamente pela direita e pela esquerda psiquiátricas, que pareciam majoritárias. Agora descobrimos que isentões são a maioria. Talvez você seja um deles.

A pesquisa mostra que a maior parte dos brasileiros se identifica como direita ou esquerda, mas sem idolatria. A direita tem uma maioria que se define como direita, não como “bolsonarista”. Já a esquerda tem a maioria se dizendo “lulista”, e não simplesmente “de esquerda”. Há mais personalismo na esquerda, pois sua própria estrutura ideológica foi moldada dessa forma, centrada em líderes que traçam caminhos a serem seguidos. A direita, mais difusa e descentralizada, não costuma operar assim, apesar do fenômeno recente da direita capachista, que adotou a cultura petista de devoção a um único líder.

E o que fazer com essa maioria de isentões? Organização. Durante anos, a direitinha capachista culpou os isentões pela volta de Lula. Isso só ocorreu pela falta de antidoping.

Pessoas que se identificam como bolsonaristas faltaram às urnas em proporções gigantescas. Os petistas não, realmente saíram para votar em massa. Há quem diga que os boatos sobre urnas desanimaram a participação bolsonarista. Pode ser. O fato é que, no país do Homer Simpson, “a culpa é minha e eu ponho em quem quiser”. Sempre alguém será culpado, jamais quem tem culpa.

A questão agora é simples: ou essa maioria de isentões se organiza, ou continuará permitindo que minorias barulhentas ditem as regras do jogo. Falta aos isentões um nome que os represente. Ou talvez falte apenas um empurrãozinho para mostrar que, na política, o pior erro é deixar que os outros falem por você.

Falsa Democracia

Os opositores de Maduro ainda se iludem com as eleições na Venezuela, com a ingênua esperança de que a vontade dos eleitores seja respeitada dentro de um processo limpo e lícito. Apenas uma mera ilusão. Todos sabem, assim como ocorreu na Rússia, que estamos diante simplesmente de mais uma fraude eleitoral. O atual presidente será reeleito, não importa a vontade do povo e o resultado das urnas será aquele decidido por Maduro no Palácio de Miraflores, sede do governo venezuelano.

É sempre importante lembrar, a Venezuela, assim como a Nicarágua de Ortega, é uma ditadura e manipula os instrumentos da democracia para fortalecer a autoridade, jamais buscando legitimidade de qualquer ordem para mais um “mandato” de Maduro. Para ele, a aprovação popular ou a legitimidade internacional de seu governo é simplesmente irrelevante. Lembremos que mesmo contestado e sem reconhecimento externo, seu governo foi “reeleito” em 2018 com ampla margem e assim ocorrerá novamente.

Estamos diante de uma fraude eleitoral que sustentará por mais algum tempo uma falsa democracia responsável por perseguir, encarcerar, torturar aqueles que ousam divergir. Para além disso, estamos lidando com um narco-estado, permeado pelo crime, tráfico e presença de máfias infiltradas nos órgãos governamentais. Um governo criminoso que absorveu em suas instâncias setores organizados de interesses ilícitos transnacionais.

A Venezuela, portanto, se situa entre as antidemocracias do mundo, um regime fechado, brutal, totalitário e ditatorial, alinhado com autocracias e regimes autoritários mundo afora. O eixo político é conhecido e permeia os países que lideram o BRICS, especialmente Irã, China e Rússia, que perseguem opositores, minorias, mas que em lugares como o Brasil possuem tratamento especial diante da subserviência comercial que aos poucos vem se tornando submissão política.

Aliás, é lamentável que o Brasil, uma democracia imperfeita, porém razoavelmente livre, se alinhe a países autoritários, que praticam flagrantes violações humanitárias. Tolerar tais violações em troca de yuans e investimentos em nossa economia é compactuar com perseguições políticas e limpezas éticas, como acontecem com os iugures, o silêncio e a submissão das mulheres a um sistema político onde não possuem vez e voz e a tortura como instrumento sistemático de manutenção do regime. Compactuar com o crime nos faz cúmplices deste sistema bárbaro e antidemocrático.

Repiso sempre que nosso país deve procurar ambientes mais arejados e livres. Como principal país da América do Sul, não podemos silenciar diante dos abusos cometidos pelo regime de Maduro, tampouco nos associarmos com países que apoiem tais crimes. A posição do Brasil deve ser a defesa da liberdade, democracia e respeito intransigente dos valores humanitários e nossas alianças econômicas devem respeitar também este arcabouço de valores sob pena de estarmos financiando violações injustificáveis.

É preciso sempre repetir: As eleições na Venezuela serão mais uma farsa com o objetivo de concentração de poder em seu ditador, assim como ocorreu na Rússia, com apoio dos parceiros de repressão China e Irã. Maduro é mais uma peça deste intrincado jogo de poder internacional que visa o realinhamento do mundo na direção de regimes autocráticos. Uma triste realidade com a qual o Brasil jamais poderia compactuar.